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Trechos mais poéticos do Jão

Hoje, no dia 21 de março, é celebrado, mundialmente, o Dia da Poesia. Em homenagem a essa arte, trouxemos 10 trechos poéticos do nosso compositor favorito, lembrando que a música, em sua essência, também é poesia!


“O horizonte é nosso

Todas as marés são nossas

E a natureza dos humanos

Só restou na minha memória”


Foto: Iris Alves.


Nessa canção, Jão canta de maneira figurativa sobre a fuga para o fim do mundo ao lado de seu amor. É uma odisseia romântica, onde cada verso se transforma em uma promessa de eternidade. Nesse trecho em específico, o eu-lírico vislumbra um mundo onde apenas eles dois permanecem, como se o universo se curvasse diante da intensidade de seu amor, criando um espaço íntimo e exclusivo para viverem seus sentimentos, antes contidos.


“Amar teu igual, o corpo te queima

O prata da pele, a pele incendeia

Teu olho molhado na sexta-feira

Alivia teu peito, já é de manhã”


Foto: Instagram (@jao).


Em "Tempos de Glória", a composição gira em torno da história de um amor que resistiu às provações e desafios. Com algumas referências à história de Aquiles e Pátroclo, do livro ‘A Canção de Aquiles’, o eu-lírico explora a liberdade encontrada na morte, já que, na obra literária, após ser assassinado, Pátroclo experimenta o alívio em saber que poderá finalmente se juntar ao seu amado. Na canção, o compositor recorre à morte de maneira metafórica, assim como em outras composições de sua discografia: uma morte em vida, deixando para trás os seus medos para se tornar alguém livre e entregando-se ao amor, conquistando seus tempos de glória.


“Uma noite no alto de um prédio

Vendo a cidade por cima

Você disse: a gente aprende

A voar na descida

E você foi tão mais alto

E eu fiquei com o que dói

Em queda livre, eu sou mesmo

Um anti-herói”


Foto: Divulgação.


Em uma das canções mais cruas e honestas da discografia, que traz o protagonista do "anti-herói" — que viria a nomear o segundo álbum de estúdio de Jão —, em Nota de Voz 8, João canta sobre seus sentimentos mais sinceros e doídos ao se ver sem o seu amado. Nesse trecho, o compositor evoca memórias de lugares importantes para os dois. Usando a queda como representação, o eu-lírico demonstra como se sente caindo constantemente após ter o seu coração partido. Nesse sentido, a figura do anti-herói simboliza o seu eu mergulhado em dor, a sensação de desamparo e vulnerabilidade que o eu-lírico experimenta diante da perda amorosa e de si mesmo.


“Sinto um nó na minha garganta

A voz treme ao sair

Debaixo da cama os monstros me impedem de dormir

Me sinto só desde criança

Mesmo com gente ao meu redor

Sempre lutei por liberdade, mas ser livre me fez só”


Foto: Acervo Pessoal Jão Stage.


Dando voz à sua criança interna, sonhadora e assustada, em "Monstros", Jão canta sobre o contraste de quem foi e de quem é agora: de buscar os sonhos que ninguém jamais acreditou que ele alcançaria, já que o viam apenas como um menino do interior, com mania de grandeza. Nesse trecho, o compositor fala sobre a solidão de buscar por liberdade, mas se encontrar só no final disso tudo. Essa mesma ideia ecoa na carta de pirata, aonde o cantor menciona que “estar livre e perdido são coisas muito parecidas, no fim”.


“A terra que eu deixo espera a minha volta

O vento da queda já não me alcança

A água ainda chove, mas já não me molha

Eu estou em chamas”


Foto: Divulgação.


Em Super, Jão também ecoa os sentimentos do mesmo menino do interior com mania de grandeza, mas dessa vez, de uma perspectiva diferente. O trecho destacado reflete sua autodescoberta e superação, onde o eu-lírico descreve uma libertação da influência negativa do passado, simbolizada pelo vento da queda que já não o atinge mais. A metáfora da água que ainda chove, mas não o molha, representa que os desafios ainda existem, mas que dessa vez, o eu-lírico consegue enfrentá-los sem se afetar profundamente com eles. Assim, a canção explora a sensação de liberdade ao se descobrir, aceitando que seus sonhos o impulsionam e vivendo em função deles.


“Uma noite com a certeza

Que fizemos tudo errado

E a liberdade do abandono

Do futuro e do passado

Sem qualquer destino

Sem qualquer garantia

Minha única promessa que essa noite

É a melhor das nossas vidas”



Na primeira canção de ‘Anti-Herói’, João escreveu sobre as memórias de uma última noite compartilhada ao lado de seu amor, expressando os sentimentos vividos naquele momento. Nesse trecho, ele retrata a intensidade do momento, onde a certeza de ter errado se mistura com a liberdade do abandono de qualquer expectativa futura ou arrependimento do passado. Essa liberdade é representada pela libertação de qualquer destino ou garantia, permitindo-se viver completamente no presente; na última noite dos dois. A promessa de que essa noite será a melhor de suas vidas soa com a urgência de aproveitar o presente sem limitações, mergulhando de cabeça nas emoções do momento.


“Eu corro pra aliviar

A falta que é navegar em alto mar, incerto

Eu voo sem saber voar

Quero cair em direção a água

De braços abertos”


Foto: Instagram (@jao).


Em "Olhos Vermelhos", o eu-lírico dá voz a sentimentos como a libertação e a aceitação do seu eu, só. Nesse trecho citado, João utiliza o mar como metáfora para a intensidade de seus sentimentos, revelando que, pela primeira vez, deseja abraçar sua solidão para aprender a vivê-la da melhor maneira possível. Ao se referir ao mar como "incerto", o eu-lírico reconhece a imprevisibilidade e a complexidade de suas próprias emoções recém-descobertas; e o desejo de se jogar no mar de braços abertos representa não apenas uma aceitação da solidão, mas também um ato de coragem para enfrentar os seus sentimentos até então, renegados.


“O ciúme corrói todas minhas certezas

Eu me excluo por não ter sua beleza

A obsessão me dói, faz com que eu me exceda

Você é uma pessoa boa, essa é só minha defesa”


Foto: Divulgação.


A canção ‘Eu quero ser como você’, de seu primeiro álbum de estúdio, é um verdadeiro desabafo sobre como João se sente pequeno perante a pessoa amada. Mais do que gostar ou amar, o eu-lírico idolatra essa segunda pessoa, vendo-a como alguém ideal que ele gostaria de ter, e principalmente, de ser. Nesse trecho, ele ressalta esses sentimentos ao expressar como o ciúme corrói suas certezas e o faz se sentir excluído por não se comparar à beleza da pessoa amada. A obsessão é retratada como uma dor que o leva a se exceder, enquanto ele reconhece que essa visão distorcida é apenas uma defesa contra suas próprias inseguranças.


“Cada luz dessa cidade entra pelo meu olho

Nas janelas a insônia de um milhão de sonhos

O fogo me olha, frio e falso

A rua consola, são e salvo”


Foto: Divulgação.


"Em São Paulo, 2015, Jão escreveu sobre sentimentos vividos na capital paulista durante seus primeiros anos na cidade, como a tentativa de fugir da solidão, buscando a si mesmo em bares e em corpos de outras pessoas, acabando sempre por se encontrar da pior maneira em cada uma delas. Ele descreve a cidade como uma metrópole vibrante, onde cada luz invade seus olhos, enquanto a insônia revela a inquietude de um milhão de sonhos não realizados. A metáfora do fogo na canção, que tradicionalmente simboliza calor e paixão, é reinterpretada por Jão como algo frio e falso, refletindo a dualidade de suas experiências na cidade. Essa inversão de significado mostra como ele percebe a cidade como um lugar onde as expectativas não correspondem à realidade, criando uma atmosfera de desilusão e decepção. No fim, o cantor ainda faz uma associação entre “consola (são)” e “consolação”, rua conhecida da capital em que o compositor morou em seus primeiros anos na cidade.”


“Na Brasil, de capuz, não me sinto

Sem você na garupa, tão vivo

Deixa o tempo provar

Eu sou a soma do que eu não consigo

Algo em mim ainda tá perdido

E eu preciso encontrar”


Foto: Instagram (@jao).


Na canção 'Doce', Jão escreveu sobre os seus sentimentos em relação a um relacionamento conturbado. O eu-lírico reflete sobre seus sentimentos, expressando a sensação de estar incompleto e em constante busca por realização pessoal. No trecho citado, o eu-lírico revela a dualidade de suas emoções: ele associa a presença do amado a uma sensação de vitalidade, mas também reconhece sua própria fragilidade e a necessidade de enfrentar os desafios internos para encontrar seu verdadeiro eu. A frase "Eu sou a soma do que eu não consigo" destaca a complexidade de suas próprias limitações e conflitos internos, enquanto a busca pela parte perdida de si mesmo evidencia a necessidade de se encontrar que permeia toda a canção.

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1 Comment


Jão é pura poesia🤍

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